segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Plano Estadual de Cultura tramita como urgência



O Plenário aprovou, na sessão de quarta-feira (15/10), a tramitação em regime de urgência de uma antiga demanda da classe artística capixaba: o Plano Estadual de Cultura (PEC-ES). O plano está descrito no Projeto de Lei 200/2014, de iniciativa do Executivo, e teve a urgência requerida pelo líder do Governo na Casa, deputado Vandinho Leite (PSB). Com quórum de 17 deputados, o pedido foi aprovado e a matéria entrou na pauta da sessão da última segunda-feira (20/10), com a emissão e votação de pareceres pelas comissões de Justiça, Cidadania, Cultura e Finanças. Os outros sete requerimentos de urgência não foram votados porque acabou o horário destinado ao Expediente.
O Plano Estadual de Cultura estabelece uma série de diretrizes a serem desenvolvidas no setor da cultura ao longo dos próximos dez anos. O documento está baseado no Plano Nacional de Cultura, instituído pela Lei Federal 12.343/2010, e possui três dimensões: a cultura como expressão simbólica, como direito de cidadania e como potencial para o desenvolvimento econômico. Segundo o Governo do Estado, o debate para a elaboração da proposta foi fruto de meses de conversas com os diversos segmentos culturais de todo o Espírito Santo.
A Secretaria de Estado da Cultura (Secult) exercerá a função de coordenação executiva do PEC, que está estruturado em estratégias e ações que incluem cinco eixos temáticos: regionalização e interiorização das políticas culturais; diversidade artística; democratização do acesso; desenvolvimento socioeconômico sustentável; e participação da sociedade na gestão cultural.
A matéria estabelece uma série de atribuições ao poder público, como a formulação de políticas públicas para o cumprimento do plano; o fomento da cultura por meio de editais e seleções públicas e de apoio financeiro e subsídios econômicos; além da promoção da organização de redes e consórcios, de forma integrada com outras áreas como educação, comunicação e turismo.

Por meio de lei específica, será criado o Sistema Estadual de Cultura (SEC), que será o principal articulador do plano, estabelecendo mecanismos de gestão compartilhada entre o Estado, municípios e a sociedade civil. Os municípios, por exemplo, poderão vincular-se ao plano por meio da assinatura de um termo de adesão voluntária.
Os Planos Plurianuais (PPA), as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e as Leis orçamentárias do Estado (LOA) e dos municípios vinculados disporão sobre os recursos para o cumprimento das ações e estratégias do plano. O Fundo Estadual de Cultura vai concentrar os recursos arrecadados e a serem transferidos para os municípios. Já o Conselho Estadual de Cultura deve acompanhar e fiscalizar a aplicação desses recursos.
A proposta ainda prevê a criação do Sistema Estadual de Informações e Indicadores Culturais (SEIIC), que vai exercer o monitoramento e avaliação das políticas públicas de cultura, assegurando ao poder público e à sociedade civil o acompanhamento do desempenho do plano, por meio de dados atualizados e disponíveis na rede mundial de computadores.
A previsão é que o plano passe por revisões periódicas para atualização e aperfeiçoamento de seus objetivos, estratégias e ações. A primeira deve ocorrer após quatro anos da publicação da lei, assegurada a participação do Conselho Estadual de Cultura e de ampla representação do poder público e da sociedade civil nas discussões.
Repercussão - Na sessão da última segunda-feira (13), o deputado Cláudio Vereza (PT), vice-presidente da Comissão de Cultura e Comunicação Social da Casa, usou seu tempo para pedir a aprovação do requerimento de urgência 112/2014, que trata do plano. “O Espírito Santo não pode ser um dos últimos estados da Federação a criar seu plano. A Assembleia não pode ficar omissa. Esperamos que a comissão de transição do futuro governador libere esse projeto para que possamos aprová-lo”, solicitou na ocasião.


O parlamentar lembrou que o ministro Gilberto Gil chegou a vir ao Estado para o lançamento do Sistema Nacional de Cultura, em 2003, durante o primeiro mandato do então presidente Lula e parabenizou o secretário de Estado de Cultura, Maurício Silva pela elaboração do plano capixaba. “O Conselho Estadual debateu profundamente o tema do projeto, que veio para esta Casa há mais de um mês. Ele vai permitir que o Governo Federal possa repassar recursos do fundo nacional para o estadual”, explicou.

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