Conhecida por suas belezas
naturais, Vila Velha orgulha-se de suas praias que atraem milhares de turistas
durante o verão e as festas de fim de ano. No entanto, o que muitos turistas
desconhecem é o fato de que a cidade também possui uma zona rural onde o
bucólico se destaca com a exuberância de sua flora e fauna.
Partindo do princípio de que a
cidade é privilegiada por possuir um Parque Estadual à poucos minutos do centro
da cidade, a zona rural de Vila Velha também não fica devendo nada a ninguém.
Uma vez que suas áreas repletas de árvores frutíferas atrai a atenção de quem
resolve fugir do burburinho das praias para descansar os ouvidos e apreciar o
silêncio desta zona que acorda com o canto do galo e dorme com a sinfonia dos
insetos ou o coaxar dos sapos. Localizado na Barra do Jucu, à direita de quem
segue em direção à Guarapari, a Fazenda Rico Caipira está localizada 6 km para
dentro.
A quantidade de atrativos
existentes na fazenda demonstram o zelo com que seus proprietários Claudete Zampier
da Fonseca e Ricardo José Sobrera Nunes administram este espaço, tendo o apoio
de mais de 40 funcionários, todos residentes nas imediações da fazenda, que se
desdobram para garantir o conforto e o lazer dos turistas e visitantes.
Entretanto, nem tudo são flores,
uma vez que falta interesse da Prefeitura Municipal de Vila Velha em
proporcionar melhorias na infra-estrutura para que os turistas possam se
locomover da melhor forma possível da Rodovia ES-060 ou ES-388 até a fazenda.
- Uma das maiores dificuldades
que nós, como pequenos produtores temos é em relação à legislação do SIM. Nós
estamos há quatro anos dependendo da aprovação dessa legislação para fomentar
nosso negócio investindo cada vez mais na produção e com o objetivo de
proporcionar ao mercado consumidor produtos de ótima qualidade com preços mais
acessíveis. A área rural precisa do SIM para desenvolver, relatou Claudete.
Ela conta que muitos produtores
que por não terem esse SIM deixaram
de produzir e participar de licitações e oferecer seus produtos para a merenda
escolar.
Outra dificuldade relatada pela
proprietária é quanto à regulamentação e a fiscalização da vigilância
sanitária.
- Se tivermos o apoio da
fiscalização e da vigilância sanitária, nós poderemos produzir nossos produtos
legalmente e regulamentado, porque muitos continuam a produzir, mas
clandestinamente. Entretanto com a legislação o consumidor terá ciência de que
está comprando e consumindo um produto fiscalizado e inspecionado dentro dos
padrões de higiene firmados pela empresa de vigilância sanitária e com o selo
de qualidade.
Claudete reclamou ainda da falta
de infra-estrutura da PMVV em não ter asfaltado a estrada que liga à rodovia à
fazenda e também a falta de coleta de lixo, pois muitos moradores não tem onde
colocar e jogar o lixo caseiro, causando uma série de incômodos na região.
- O que falta é a Prefeitura
melhorar a infra-estrutura da região, com asfaltamento das estradas, fazer a
coleta de lixo, melhorar a sinalização da região, além da ausência de meios
mais eficazes de comunicação, como linhas de internet e até mesmo de telefonia
celular, relatou.
Ela lembra que no final do ano
passado (2013) as chuvas torrenciais que caíram sobre o Estado inundaram a
estrada e muitos produtores e moradores da região ficaram completamente
isolados pois o nível das águas estava muito acima do normal, inviabilizando o
comércio e o trânsito e transporte de mercadorias.
Para nossa surpresa, ela contou
que somente no ano passado (2013) é que chegou a telefonia no Xuri. “É como se
estivéssemos em uma região esquecida”.
A falta de um financiamento
direcionado para os pequenos produtores com carência diferenciada foi uma das
queixas dessa empresária.
- Um dos problemas que
enfrentamos é a falta de investimentos e de um financiamento direcionado para
os pequenos produtores, uma vez que atualmente para conseguir o empréstimo o
produtor precisa colocar a fazenda como caução, então isso para o pequeno
produtor é muito complicado, explicou.
Claudete lembra que o índice de
inadimplência dos pequenos empresários é zero por cento, enquanto que o índice
de inadimplência das grandes empresas chega a 26%, conforme estudos do SEBRAE.
- Essa é uma outra realidade que
deve ser levada em conta uma vez que, se o pequeno não puder pagar ele perde
tudo, e deixa de produzir, pois a terra é o seu meio de angariar recursos para
sua sobrevivência, por outro lado as grandes empresas estas não perdem nada.
Ela explica que a melhor forma
dos bancos financiarem o crédito diferenciado para o pequeno produtor é fazê-lo
de forma sustentável, e com um prazo de carência maior.
- Essa carência diferenciada é
necessária, uma vez que no financiamento sustentável ao comprar uma máquina, precisamos
treinar a mão-de-obra; comprar a matéria-prima para a produção que, em alguns
casos leva dois meses ou mais para chegar; e quando inicia a produção é
necessário ter de um a dois anos de carência, uma vez que o valor das vendas
não entra de imediato, ele normalmente é parcelado. Porque é preciso ter a
infra-estrutura, planejar o que você vai fazer como você vai executar a
produção e como você irá receber aquilo e com juros abaixo do mercado para que
o produtor possa ter condições de pagar o empréstimo feito, sem colocar em
risco à sua fazenda, concluiu.
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