A série de protestos ocorridos no
ano passado em Vitória sobre o fechamento do pedágio da Terceira Ponte,
solicitado pelos protestantes ensejou que a reportagem deste jornal procurasse o
ex-governador Max de Freitas Mauro para que ele pudesse nos contar detalhes
sobre a história da Terceira Ponte e do Pedágio. Em seu escritório particular
localizado no centro de Vila Velha, entre tantos outros assuntos debatidos
nessa entrevista, o ex-governador foi taxativo ao afirmar com todas as letras:
- A Terceira Ponte já está paga
desde 1999, afirmou.
Max contou que o pedágio surgiu
quando em seu mandato de governador ele não encontrava meios de resolver o
problema, uma vez que o governo federal havia blindado o estado do Espírito
Santo, e não permitia que o governo pudesse tomar empréstimos com a União, com
outras autarquias federais e muito menos com o exterior, uma vez que Sarney
havia decretado a moratória do país.
- Dessa forma, eu não tinha meios
de buscar recursos para concluir a obra que já estava quase no final, relatou.
Mas a resolução do problema
ocorreu por força de circunstâncias que vieram em benefício do estado do
Espírito Santo, do qual ele se aproveitou para forçar a barra com o
ex-presidente da República José Sarney.
- No início Sarney havia ajudado,
mas no final deixou de colaborar com o estado. Para minha sorte, José Ignácio
Ferreira, estava abrindo uma CPI contra Sarney. Então o ex-presidente ligou
para mim, pedindo para que José Ignácio voltasse atrás, mas eu aleguei que não
tinha mais contato com ele, por questões partidárias. Fiz isso para forçar uma
barra e no final consegui resolver o problema por uma outra forma, através de
empresas particulares junto ao BNDES. E propus que eles terminassem o restante
da obra e teriam a disposição 20 anos para explorar o pedágio da ponte que já
estava construído, afirmou.
Dessa forma, do final do seu
mandato, o pedágio da ponte seria explorado até 1999, e com o fato de que o
Governo do Estado estava fiscalizando e controlando a receita dos pedágios para
comprovar que a mesma havia sido paga.
- No governo seguinte, de Vitor
Buaiz, o mesmo deixou de fazer a fiscalização do pedágio e ainda por cima,
criou uma licitação para exploração do pedágio por mais 25 anos com direito de
renovação para mais 25 anos, ou seja, uma renovação de 50 anos de exploração
efetuada por essa empresa que atualmente é a Rodosol, afirmou.
Outro fato bem lembrado pelo
ex-Governador é que a nova empresa, Rodosol, alterou o marco da rodovia para o
pedágio da ponte, e federalizando trechos das Avenida Carioca, Rua Francelina
Setúbal e Antonio Atayde, para exploração do trecho. Uma federalização feita
sob encomenda, concluiu.
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