Pela 18ª vez consecutiva, o
artista plástico Kleber Galveas, realizou no último dia 6 de maio a criação de
mais um registro do seu projeto “A Vale, a Vaca e a Pena”, onde por 50 dias,
deixa uma tela virgem em local seguro para captar e mostrar as impurezas
espalhadas no ar, pela empresa agora privada Vale do Rio Doce.
“Não mais do Mesmo” é o título
dessa tela criada pouco depois do meio-dia na frente desse jornalista e uma
equipe de reportagem do jornal Século Diário.
Com o dedo indicador, Kleber vai
contando histórias de outros projetos e mostrando o que aconteceu durante esse
tempo.
A tela virgem colocada na varanda
dos fundos de sua casa, entre tantas árvores frutíferas é apenas um dos
elementos de experimentação científica para mostrar que a Vale do Rio Doce vem
poluindo o ar da Grande Vitória e com tanto lucro a mesma não consegue limitar
o número de substâncias que são jogadas no ar, e que em alguns períodos acabam
causando uma série de problemas na saúde de homens, mulheres e crianças.
A idéia da provocação surgiu após
assistir a um curso no Teatro Carlos Gomes, ministrado pelo filósofo e
cientista social Michel Bergman a todos os estudantes da UFES, o tema era “As
perspectivas do Espírito Santo, com a instalação dos grandes projetos’.
Kleber ficou impressionado com a
palestra. “Ele previu tudo”, disse. O tudo, significa poluição, uma vez que a
Vale do Rio Doce foi implantada no Espirito Santo, em 1966 com a inauguração do
Porto de Tubarão.
“Desde aquele primeiro ano já era
considerado um absurdo uma fonte de poluição situada a sotavento no lugar do
estado onde havia mais habitantes”,
Contou. Além disso, ele revela
que até mesmo o naturalista Augusto Ruschi, também foi um incansável crítico
das atividades da mineradora.
O projeto mostra que a Barra do
Jucu, mesmo estando distante 30 quilômetros da ponta de Tubarão, o bairro
também é flagelado pelo pó preto da Vale.
Kleber conta que a primeira frase
na tela ressalta uma característica do projeto onde costuma reunir à mesma tela
uma linguagem verbal e figurativa. “A frase mostra tanto a poluição quanto a
classe política que sempre é subserviente aos impulsos da mineradora”, conclui
o artista.
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