PARA CONTROLE DA
EPIDEMIA - A sessão de terça-feira (28), na Câmara de Vila Velha,
foi marcada pela apresentação de inúmeras propostas para ajudar no controle da
epidemia de dengue em Vila Velha. Praticamente todos os vereadores da Casa se
manifestaram sobre o assunto, visto que ninguém está livre da dengue no
município e somente nestes cinco primeiros meses do ano, a doença já fez mais
de 4.300 vítimas em Vila Velha, sendo 110 casos graves e um óbito.
CENTRAIS DE COLETA DE ENTULHO - O vereador Andinho Almeida
(PMDB), vice-presidente da Câmara, propõe a realização de um trabalho
integrado, envolvendo várias secretarias municipais, para a prevenção e o
combate à dengue em Vila Velha. Segundo ele, a Prefeitura deveria criar, ainda,
Centrais de Captação de Entulho em cada região da cidade, evitando que resíduos
desse tipo – que podem facilmente abrigar focos do mosquito da dengue – sejam
jogados de forma irregular em terrenos baldios e em locais de grande incidência
da doença, o que agravaria a epidemia.
MULTAS MAIS PESADAS - O vereador Arnaldinho Borgo (MD)
defende a aplicação de multas pesadas para empreiteiros da construção civil,
proprietários de terrenos baldios e donos de imóveis abandonados que sejam
reincidentes em notificações e que continuem inadimplentes com suas
responsabilidades. “Quem negligencia a necessidade de manter a limpeza dos
imóveis e os cuidados necessários para evitar o surgimento de novos focos do
mosquito da dengue deve ser penalizado. Quando dói no bolso, as pessoas tendem
a ficar mais cuidadosas e atentas para com as suas obrigações de cidadãos”,
lembrou o vereador.
VALORIZAÇÃO DOS AGENTES - O líder do prefeito na Câmara,
vereador Joel Rangel (PR), ficou sensibilizado com as reivindicações apresentadas
pelos agentes do serviço de combate à dengue e afirmou que o município deveria
valorizar mais o trabalho desses profissionais, que estão sobrecarregados,
atuando em condições ruins e com salários abaixo do ideal. “Também acho que os
agentes deveriam atuar nos próprios bairros onde residem, ou nos bairros mais
próximos. Isso facilitaria o trabalho de prevenção e de combate aos focos da
dengue, além de reduzir o tempo de deslocamento dos agentes – de casa até os
locais de trabalho – e o custo do transporte”, disse Rangel.
CONCURSO PÚBLICO - Os
vereadores João Artem (PSB) e Marcos Rodrigues (PP) compartilharam outras
propostas. Artem defende a realização de um grande concurso público para agente
de combate à dengue, pois considera estratégico manter as equipes trabalhando o
ano inteiro, todos os anos, sem que haja qualquer descontinuidade no serviço,
devido à expiração dos contratos temporários. Marcos Rodrigues acha que a
jornada diária dos agentes deveria ser reduzida de 6 para 8 horas, como era antes.
“Ninguém consegue bons resultados trabalhando sobrecarregado. Por isso acho que
a PMVV deveria contratar mais agentes e aumentar os salários da categoria, para
motivar as equipes a obterem resultados melhores”, disse.
FISCALIZAÇÃO INTENSIVA - Ricardo Chiabai (MD), por sua vez,
disse estar bastante preocupado com a falta de atitude dos donos de áreas
particulares, que deveriam mantê-las limpas. “Estamos fazendo um levantamento
para identificar os proprietários de todos os terrenos baldios existentes nos bairros
da Região I, onde os índices da epidemia de dengue estão aumentando. De posse
dessas informações, vamos cobrar providências à PMVV. Na minha opinião, as
secretarias municipais deveriam atuar em conjunto para fiscalizar e notificar
esses proprietários por desrespeito às determinações da Vigilância
Epidemiológica do município. Também temos o Código de Posturas, que pode
balizar nossas ações”, informou.
CONTINUIDADE DAS AÇÕES - Por fim, o vereador Zé Nilton (PT)
lamentou que o serviço de combate à dengue fique comprometido toda vez que
município muda de prefeito. “Sabemos que o povo tem sua parcela de culpa na
prevenção aos focos do mosquito, mas a municipalidade também tem culpa. Sempre
que ocorre uma mudança de administração, o combate à dengue acaba sofrendo
interrupções e a Prefeitura tem que começar tudo do zero novamente. Isso
precisa acabar. O serviço tem que continuar de forma ininterrupta e permanente,
todos os anos, independente do prefeito que entra ou sai. Daí a necessidade de
que os agentes sejam efetivos e não temporários. Além disso, as ações
educativas têm que acontecer o ano inteiro, e não apenas durante o período de
incidência da epidemia”.
SALAS DE ATENDIMENTO -
Zé Nilton também cobrou melhor estrutura de trabalho nas sala de
atendimento aos pacientes da dengue que funcionam em algumas unidades de saúde
de Vila Velha, incluindo o Pronto Atendimento da Glória. “Essas salas só têm
médicos, mas faltam técnicos e enfermeiros, profissionais de grande
importância, que ajudam nos atendimentos e nos procedimentos referentes ao
tratamento. Recebi a informação de que, em breve, a prefeitura contratará mais
20 técnicos e 10 enfermeiros para darem apoio aos pacientes da dengue”.
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