O Senado aprovou (16/10/2013)
projeto de lei que permite a criação de novos municípios. Proposto em 2008 pelo
Senado, o projeto sofreu alteração na Câmara e, por isso, voltou para nova
votação pelos senadores. Agora, seguirá para sanção ou veto da presidente Dilma
Rousseff.
De acordo com o relator da
proposta, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), atualmente, o projeto já permitiria
dar início a processos de emancipação – e transformação em município – de pelo
menos 188 distritos.
Uma nova lei sobre a criação de
municípios precisava ser aprovada porque uma emenda constitucional aprovada em
1996 proibiu a criação de municípios por leis estaduais e definiu que isso só
poderia ser feito por meio de autorização em lei complementar federal.
A matéria aprovada pelo Senado
regulamenta a Constituição ao estabelecer regras de incorporação, fusão,
criação e desmembramento de municípios e determina que os distritos poderão se
emancipar após a realização de um plebiscito.
O texto aprovado é um
substitutivo, com várias alterações no projeto original, de autoria do senador
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).
Pela proposta apresentada ao
substitutivo, o primeiro passo para a criação de um município é a apresentação
na Assembléia Legislativa de um pedido assinado por 20% dos eleitores
residentes na área geográfica diretamente afetada, tanto no caso da criação ou
desmembramento quanto nas situações em que houver fusão ou incorporação de
cidades.
Após o pedido, a Assembléia
Legislativa deverá coordenar um “estudo de viabilidade” do novo município. Se
houver viabilidade financeira e populacional, com base nos critérios
estabelecidos na lei, será realizado o plebiscito que definirá a criação ou não
do novo município.
Vale ressaltar que os senadores
retomaram o projeto inicial do Senado retirando do texto aprovado pela Câmara
dos Deputados a possibilidade de se criar novos municípios em áreas de reserva
indígena, de proteção ambiental ou pertencentes à União.
Para o relator da proposta, não
há estimativa de custo da criação dos municípios, com a criação de cargos e
instalação de prédios públicos, como os das câmaras municipais, por exemplo.
Valdir Raupp explica que os novos
municípios receberão recursos que seriam aplicados em outras regiões do mesmo
estado.
“Não vai aumentar um centavo nem
para União nem para os estados. Vai sair (recurso) dos municípios de cada
estado. Vai ser desmembrado um pequeno percentual das cotas do fundo de
participação [...] e de arrecadação com ICMS. O 'município-mãe' vai perder
percentual, isso é natural”, disse Raupp.
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