Canelas-Verdes não querem mais enchentes

Nove meses depois da última chuva torrencial que caiu sobre a cidade, Vila Velha sofreu nos últimos quinze dias do ano passado (2013) uma das maiores enchentes de sua história. Os canela-verdes jamais poderiam imaginar que de repente a cidade chamaria a atenção dos técnicos da NASA – Agência Aero Espacial Norte Americana que constatou que a região recebeu naqueles dias a maior carga de água do mundo, causado pela ZCAS – Zona de Convergência do Atlântico Sul que cobria desde a Amazônia até parte do litoral capixaba.

Como se não bastasse tanta chuva vinda de cima, o Rio Jucu superou toda a sua marca e por pouco não estourou o dique cuja construção foi efetuada em meados do século passado, e ampliado na década de 80 pelo ex-prefeito Vasco Alves de Oliveira Júnior.

Em meio a tantos problemas, ainda houve outras situações que deixaram o povo canela-verde completamente indignado, mas esse fato foi logo superado com ações emergenciais para evacuação das águas do Rio Jucu e o escoamento do Canal Guaranhuns que inundou toda uma região desde parte do Bairro Santa Mônica Popular, compreendendo ainda os bairros de Gaivotas, Portal das Garças, Jockey, Itaparica, Nova Itaparica, Ilha dos Bentos, Guaranhuns, Jardim Guaranhuns e Araças em uma extensão de pouco mais de 3 km de uma ponta a outra do enorme lago que se formou nesses bairros.

O pior Natal de todos os tempos – Tão cedo a população de Vila Velha não irá se esquecer da noite de 24 de dezembro, pois o Boletim Oficial emitido pela Prefeitura Municipal de Vila Velha, informava que haviam sido registradas 721 ocorrências, sendo que mais de 600 já haviam sido atendidas, e as principais ocorrências eram de alagamentos que fizeram 444 pessoas desabrigadas, e mais de 15 mil desalojados (valor estimado pela Defesa Civil).

O volume das águas – De acordo com o Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, até aquela data havia caído 525,25 mm de chuva, quando a previsão efetuada para o mês de dezembro era de 193 mm.

A Grande Vitória – De acordo com as notícias que eram veiculadas pela rede social, além de Vila Velha, o município da Serra e parte de Cariacica sofreram com as chuvas, assim como parte da capital capixaba, Vitória, que teve desmoronamento de terras.

O estado – No estado do Espírito Santo, todos os outros municípios também sofreram com as chuvas, sendo que os mais atingidos foram:

Colatina, Baixo Guandu e Afonso Cláudio. Além desses os municípios de Águia Branca, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição do Castelo, Ecoporanga, Ibitirama, Itaguaçu, Itapemirim, Iúna, Jaguaré, João Neiva, Linhares, Nova Venécia, Pancas, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Tereza, São Gabriel da Palha, São Mateus e São Roque do Canaã, também sofreram enormes prejuízos com as enchentes, alagamentos, desmoronamentos de terras, destruição de estradas de rodagem, etc.

As perdas – Até a noite de 24 de dezembro, o Estado contabilizava 14 mortes, sendo que sete foram em Itaguaçu. Ao final do ano, para Vila Velha só ficaram os registros de desabrigados e desalojados e nenhuma vítima fatal.