sábado, 5 de abril de 2014

MUG irá mostrar tapetes de Castelo na avenida



Com horário de desfile agendado para a noite de 22 de fevereiro, às 3h30 da madrugada no Sambão do Povo, em Vitória, a MUG - Associação Recreativa e Cultural Mocidade Unida da Glória pretende levar para a avenida toda a magia da história dos tapetes de rua de Castelo, assim como fazer uma viagem mágica do paraíso ao santuário da fé e mostrar que o tapete como decoração do lar também é visto nos contos e fábulas, como por exemplo o tapete que leva Aladin a sobrevoar as noites de Bagdá.
“Pretendemos abordar ainda alguns mitos como as lendas do rei Salomão, o tapete das 1001 noites, dos contos e fábulas, porque o carnaval é uma arte e nos permite viajar neste mundo de fantasia e ilusão. Isso faz com que possamos ter esses devaneios no carnaval” frisou Peterson Alves, carnavalesco da escola.
Ele explica que até chegar ao Santuário da Fé, que fica na cidade de Castelo, a escola pretende mostrar os tapetes artesanais e os tapetes de rua, que são montados por grandes artesãos da fé, todos os anos, durante a festa de Corpus Christi, uma vez que o povo de Castelo foi abençoado com essa arte do grande Mestre.
Há dez anos como carnavalesco da MUG – Mocidade Unida da Glória, Peterson Alves, já conquistou quatro carnavais nos anos de 2005, 2008, 2011 e no ano passado.
“Esse ano iremos colocar na avenida 2.200 pessoas, desde a comissão de frente até o último empurrador de carro. Serão 20 alas ao todo, com 5 carros alegóricos, e a bateria é composta por 160 ritmistas”, relatou Peterson.
Sobre os preparativos da escola Peterson informou que a escola começou a se preparar desde o início de junho. “Uma vez que estávamos naquela fase de escolher qual seria o enredo, e então decidimos fazer essa homenagem aos tapetes, contando a história do município de Castelo, mas também homenageando a nossa cidade de Vila Velha”, contou.
Ele informa que as pesquisas sobre o enredo começaram ainda em junho do ano passado, e assim que foi definido o tema, iniciaram o trabalho de composição e desenvolvimento do carnaval enfrentando dificuldades financeiras como todas as escolas de samba, uma vez que a subvenção da Prefeitura de Vila Velha, orçada em R$ 240 mil reais, foi acordado que seria dividida com outra escola de Vila Velha.
O início dos trabalhos efetivos no barracão só teve início em outubro. E hoje (dia em que a matéria foi realizada), havia apenas seis dias para o desfile e o corre-corre era muito grande, “mas graças a Deus está correndo tudo da melhor forma, pela quantidade de pessoas que estão trabalhando aqui como voluntárias para realizarmos esse carnaval” disse.
O carnaval como obra de arte é rico em detalhes e esse aspecto não foi esquecido pelo carnavalesco, “normalmente nós começamos a trabalhar a partir de agosto, porque é um carnaval muito grande, e rico em informações, então demora muito tempo para que possamos concluir esse trabalho”
Sobre o material empregado para a confecção de um carnaval tão grandioso Peterson revela que, “90% do nosso carnaval vem de fora, ou seja, todo o material é adquirido em São Paulo e Rio de Janeiro, e até mesmo do exterior como é o caso das plumagens”.
Ele lamenta apenas que com tantas festas realizadas pela escola com o intuito de angariar fundos para suprir as necessidades do carnaval, o público capixaba ainda não é aquele público apaixonado por carnaval, como ocorre nos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo.
“As escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo não sofrem a perseguição que nós sofremos aqui em Vila Velha, uma vez que nem sempre podemos fazer shows que ultrapassem determinados horários, por conta do Disque-Silêncio, e também por causa do Corpo de Bombeiros, que já tentou embargar a obra e cobra projetos de combate ao incêndio. Só esse projeto de combate ao incêndio custa R$ 120 mil reais. Se gastarmos esse valor com o projeto, não teremos condições de fazer nosso carnaval”, desabafou Peterson
Como também ocorre em outras cidades brasileiras onde o carnaval é uma festa e recebe subvenções das prefeituras. Em Vila Velha, o valor da subvenção orçada pelo prefeito Rodney Miranda e assinada na última sexta-feira, 14 de fevereiro (oito dias antes do carnaval) foi de R$ 240 mil reais, mas divididos com a escola de São Torquato. O que dá uma média de R$ 120 mil reais. “Esse praticamente é o valor do custo das ferragens para ornamentação dos carros alegóricos”, frisou. Mesmo assim, contando com a iniciativa e o apoio popular a escola consegue arrecadar um pouco mais através do apoio da comunidade e de pessoas abnegadas e apaixonadas pela escola.
“O valor da subvenção é pouco. Se ajuda, eu digo que ajuda, mas é um valor ínfimo diante da grandiosidade que é o espetáculo do carnaval e para uma escola que leva uma imagem positiva de Vila Velha”, disse o carnavalesco.
Nesse momento os olhos do carnavalesco brilham quando ele questiona qual é a maior referência cultural da cidade de Vila Velha, uma vez que a MUG é uma referência cultural e envolve a comunidade ao redor dela, agregando projetos sociais e infantis, já que as crianças ao invés de estarem nas ruas à toa estão na escola participando de atividades e oficinas, realizando e executando outros trabalhos manuais, durante boa parte do ano.
Peterson revela que o custo total de preparação para o carnaval é da ordem de R$ 1 milhão de reais, pela grandiosidade que é o carnaval. Mas o público fiel só começa a freqüentar a escola justamente nos meses de dezembro e janeiro, quando estão de férias e há ainda a presença de inúmeros turistas de outras partes de país que amam o carnaval e vem para cá acompanhar os nossos trabalhos e participar das nossas festas, como feijoadas, etc.
Face aos problemas financeiros que a escola sofre, e indagado sobre a presença de tantas pessoas trabalhando, Peterson revela que a maioria é de pessoas voluntárias que querem ver um grande carnaval. “como muitos deles não possuem condições de comprar o ingresso para assistir ao desfile nas arquibancadas eles participam trabalhando e acabam conquistando um espaço na avenida para sair com a escola”, relatou.
Ele acrescentou que há dias em que há mais de 100 voluntários trabalhando no barracão. Esse número é fruto do seu apelo junto a comunidade. Um exemplo relatado foi quando a Prefeitura de Vitória, enviou cerca de 200 ingressos para serem vendidos no Barracão da Escola. “quando cheguei e vi aquela multidão, sabia que muitos não conseguiriam adquirir o ingresso e iriam embora tristes, então resolvi junto com o presidente Robertinho convidar as pessoas que não conseguiram esses ingressos para nos ajudar como voluntários e conseguir passar o carnaval conosco na avenida”.

Concluindo ele agradeceu ao carinho e empenho do presidente da Escola, Carlos Roberto dos Santos Ribeiro, o Robertinho, de toda a comunidade e daqueles que todo final de semana comparecem ao Barracão da Escola para ajudar com R$ 10,na compra de ingresso para participar da Escola uma vez que eles sabem que no dia do desfile, eles verão um grande carnaval” concluiu.

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