sábado, 5 de abril de 2014

Governo aplica golpe ao bolso do trabalhador


O anúncio de que o governo iria liberar o FGTS para as vítimas das chuvas que assolaram o Estado do Espírito Santo no final do ano passado, mas também em outros locais do Brasil, aguçou a curiosidade deste jornalista, uma vez que ao processar duas empresas privadas na década de 80 do século passado, pude acompanhar todo o processo e tive a oportunidade de ler toda a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas.
Não me recordo em nenhum momento de ter visto em nenhum artigo que os trabalhadores poderiam retirar seus recursos do FGTS por causa de catástrofes naturais.
A Lei nº 10.878, de 08 de junho de 2004, alterou a Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, que criou o FGTS, e acrescentou o item “d” à referida lei.
No entanto, isto não passa de um engodo do governo para enganar os trabalhadores que desprovidos de inteligência, não conseguem perceber que estão sendo ludibriados. Ou seja, o governo simplesmente pega o dinheiro do trabalhador que está guardado em uma conta na Caixa Econômica Federal e a título de indenização repassa este valor para o trabalhador.  Dessa forma, o governo não indenizou ninguém, pois os recursos não saíram dos seus cofres, mas dos cofres do trabalhador brasileiro que tinha o valor depositado a título de Fundo para suprir suas necessidades quando este resolvesse se aposentar ou até mesmo para utilizar como sinal de entrada na aquisição de uma casa própria.
O fato da lei ter sido alterada em 2004, demonstra que desde essa época, os governos não tem feito nenhum trabalho para conter tais acidentes naturais e por outro lado, fazer obras de drenagem do solo dos rios e canais com o intuito de proteger o meio ambiente e a vida de milhares de famílias que residem as margens de rios e canais.
É preciso esclarecer que o povo está sendo enganado, e ele tem o direito de cobrar dos governantes ações imediatas e efetivas para que tais problemas naturais não voltem a ocasionar tantas vítimas fatais e tantas famílias desabrigadas por conta de inundações e enchentes.


Paulo de A. Ourives

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